sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Política Partidária


Vivemos supostamente em um Estado Democrático de Direito, pelo menos essa é a teoria que nossa Constituição Federal nos passa.

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.” CF/88.

Em nosso “Sistema Democrático” elegemos os Deputados para nos representar, enquanto escolhemos os Senadores para representarem nossos Estados ou o Distrito Federal.  Mas será que é isso o que está acontecendo?

Apesar da existência de uma variedade de partidos, retrocedemos a um ponto onde só existe base aliada e oposição. Em um jogo de interesses os parlamentares trocam seu apoio por cargos e outras benesses.

Raramente os parlamentares votam projetos ou apóiam pessoas por interesse do povo ou de seu Estado, na maioria dos casos os votos e apoios são exclusivamente do interesse do partido a qual é filiado.

Quando a oposição é maioria no Congresso, para algum projeto da base aliada conseguir aprovação, mesmo que seja algo de suma importância para o povo, só é aprovado depois de árduas negociações que geram benefícios à oposição. Em outra palavras, não satisfeitos com suas remunerações, exigem que para aprovar um projeto que beneficiaria o povo querem algo a mais, geralmente cargos nos Ministérios.

Quando a base aliada é maioria, se há indícios de corrupção, certamente não haverá a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Ou seja, a base aliada pode “deitar e rolar”, que  geralmente não acontecerá nada, já que o poder de fiscalização que deveria ser de todos os parlamentares fica na mão da minoria, o que é no mínimo uma afronta à ética.

Chegamos em um ponto que os parlamentares trabalham para os partidos, e não para o povo. Será que é de interesse do povo que os partidos políticos deixem de lado o bem estar da Nação para que continuem com seu jogo de interesses? Certamente não.

Quero levantar um questionamento: Estamos realmente vivendo em uma Democracia? Se vivêssemos em uma Democracia deveríamos ter representantes, mas pelo que parece não mais os temos. A conclusão que chego é que a política partidária é no mínimo inconstitucional, já que ignora os Artigos 45 e 46 anteriormente mencionados, talvez seja até alguma forma de ditadura onde os partidos subjulam o interesse do povo em prol de seus próprios. Tire suas próprias conclusões, será que isso é o melhor para o nosso País?

Como já disse anteriormente: “Se estou certo ou errado não cabe a mim decidir, não conheço, tampouco acredito que conhecerei 100% de algum assunto, mas a discussão leva à evolução.”

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eutanásia

Bem, este é o primeiro post do blog, e espero que não seja o último. Falarei sobre um assunto muito polêmico, e não são os mamilos(não entendeu a piada? Clique aqui), falarei sobre a Eutanásia.

Eutanásia significa literalmente boa morte. É uma prática que põe fim a vida de alguém que se encontra em alguma situação de enfermidade incurável.

Muitos encaram este assunto como um tabu, mas é algo que deve ser discutido, o problema é que quando as discussões acontecem muitas vezes usam-se argumentos dogmáticos religiosos. Este assunto deve ser discutido de acordo com a realidade em que vivemos, e não de acordo com dogmas ou doutrinas criados a milhares de anos. Vale ressaltar que o Brasil é um país Laico, ou seja, a religião não interfere no Estado, ou pelo menos não deveria.

Particularmente sou a favor da Eutanásia. Qualquer sociedade moderna tem entre seus princípios basilares o Direito à Vida, e à Dignidade. Penso que a Dignidade é um valor que é tão grande quanto a vida, quiçá até maior.

A vida sem dignidade não pode ser aproveitada plenamente e por muitas vezes perde o sentido. Muitos enfermos encontram-se em situações que a própria vida torna-se um fardo, muitas vezes estas pessoas não conseguem nem fazer suas necessidades básicas sem a ajuda de um terceiro, isso na melhor das hipóteses, quando não estão presos em uma cama sofrendo de inúmeras formas possíveis. Quando a vida chega a este ponto para muitos ela perde a dignidade, e por sua vez acaba perdendo o sentido.

Há alguns dias discutia com um amigo sobre tal assunto, e ele argumentou algo interessante, “Se não houvesse tecnologia a própria natureza se encarregaria de eliminar.”, concordo plenamente, a tecnologia deve ser usada para salvar vidas quando possível, e não para prolongar o sofrimento de alguém.

Portanto concluo que o mínimo é deixar que as pessoas tenham o direito de escolha sobre seu próprio destino, e não instituições abarrotadas de preconceitos ineficazes na sociedade atual.

Se estou certo ou errado não cabe a mim decidir, não conheço, tampouco acredito que conhecerei 100% de algum assunto, mas a discussão leva à evolução.